Saturday, October 16, 2010
Thursday, June 10, 2010
Tuesday, July 28, 2009
Thursday, May 28, 2009
Sunday, March 01, 2009
Eu vivo num país onde se come mal, mas onde, amiúde, se proclama o contrário. Dizemos com infinita sobranceria que lá fora se come mal a começar pela nossa vizinha Espanha. Apesar de todas as evidências do contrário, não há português nenhum que não clame alto e bom som a qualidade da nossa gastronomia. Quando são pedidas evidências as coisas começam a complicar-se. O único contributo inovador para a culinária mundial portuguesa no século XX é, pasme-se, a Francesinha, nada mais próximo do fast food do que de uma verdadeira tradição gourmet. A arte culinária de um país cujo prato tradicional da consoada, a festa mais importante do ano, quando todas as famílias se reúnem à mesa é o bacalhau cozido com batatas ou, na versão mais completa bacalhau com todos. Sendo este todos um eufemismo para referir a abundância dos acompanhamentos. A saber: batatas, couves, cenoura e um ovo cozido por comensal. Tudo cozido a preceito. Suficiente para levar ao desespero qualquer cozinheiro medíocre. Até a mais remota aventesma consegue dar conta do recado. Basta para isso que o fogo já tenha sido inventado. Depois desta demonstração de excelência gastronómica só apetece cortar os pulsos. Como se isto não bastasse, no verão, quando o calor convida à festa, os portugueses juntam-se e, para celebrar. Mostram os seus dotes culinários. Como? Assam sardinhas, cozem batatas e fazem salada de tomates e pimentos. Et voilà. A suprema demonstração da sua sofisticada cultura gastronómica. Só mais uma palavra para falarmos dos molhos. Não, não me refiro a coisas triviais que levam horas a preparar. Nada disso. O triunfo do minimalismo levado ao seu expoente máximo. Azeite e vinagre. Não é bom gosto é desgosto. O grau zero da cultura gastronómica só superado pela antropofagia pura e simples.
Tuesday, February 10, 2009
Se a rede é a forma organizacional característica da Era da informação, os especialistas são as suas partículas nucleares.
Uma empresa moderna no centro da actividade económica. Na sociedade do conhecimento os especialistas são um elemento precioso, nada se faz sem a sua opinião.
Na sociedade do conhecimento a informação atingiu níveis nunca vistos. Estar informado é importante, mas o que fazer com tanta informação? Muitos dos factos em que pensamos são falsos e grande parte daquilo que acreditamos é um disparate. Nesta moderna Babel de notícias uma percentagem cada vez maior daquilo que sabemos corresponde cada vez menos à verdade. Mesmo que os media fossem fiáveis, que os publicitários dissessem a verdade, que os advogados fossem honestos, que os políticos se deixassem de promessas, que os adúlteros confessassem ser infiéis e que os vendedores falassem verdade continuaríamos perdidos. Quem é que nos pode ajudar? Os especialistas, obviamente.
Os especialistas são uma tecno-elite que pretende acabar com a infoexclusão fazendo brilhar nas trevas da ignorância a luz da compreensão.
Alguns dos grandes expoentes da galáxia do “especialismo” são Marcelo Rebelo de Sousa, Nuno Rogeiro, Clara Ferreira Alves, Maya, Nuno Artur Silva, António Pedro Vasconcelos, Luísa e José Castel-Branco, Miguel Sousa Tavares e António Vitorino.
Os especialistas estão hierarquicamente organizados em técnicos, experts, peritos, professores, sumidades, entendedores, comentadores, críticos, relatores, personalidades, notáveis, famosos, celebridades e paineleiros. Mas o que define verdadeiramente um especialista é a capacidade de arrotar postas de pescada sobre os mais variados temas. Marcelo, Rogeiro e APV, para citar apenas alguns, são capazes de discorrer com o mesmo à vontade sobre futebol, política internacional, marcas de espingardas, os efeitos do aquecimento global, religião e vida extraterrestre.
Mas como outras áreas do saber, também o especialismo se está segmentar, à semelhança do direito ou da medicina, um grupo de especialistas notáveis decidiu criar a primeira sociedade de especialistas dedicada ao comentário especializado onde é possível encontrar desde os especialistas de topo, sócios maioritários, passando pelos associados, consultores, seniores, juniores e estagiários. As áreas privilegiadas são as generalidades, artes e cultura, socioeconomia política, ambiente, desporto e saúde, religião e ocultismo, tecnologias e frivolidades.
www.especialistas.com