Saturday, October 16, 2010

pertinente num momento em que se comemora o centenário da implantação da República e em que surgem propostas de quem deve servir de modelo ao busto da República. A República, como a Pátria, a Nação ou a Mãe é o parente pobre do masculino universal. Se o homem é a medida de todas as coisas, a mulher é a medida de todas ...as mães. Este modelo redutor não serve a ninguém. Nem aos homens que querem ser bons pais e viver os afectos. Nem às mulheres que querem ser boas cidadãs e ser respeitadas pelas suas obras. Obras essas que vão muito para além da mera reprodução sexual.No entanto, basta passearmos pela nossa cidade para vermos que as estátuas com nome próprio são masculinas, algumas de mérito tão controverso quanto aquela que existe na Rotunda e que homenageia o famigerado Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, estadista visionário para uns e ditador assassino para outros. Pois já com as mulheres infelizmente não há controvérsias, porque nenhuma delas tem nome, a Maternidade, a República, a Maria da Fonte, a Padeira de Aljubarrota, tudo distorções consensuais da realidade, que tendem a ver a mulher como um colectivo, sem nome e com rosto de santa. Santa paciência para visão tão tacanha da realidade Histórica. Já lá vai o tempo em que as mulheres para publicarem um livro o tinham de fazer com pseudónimo masculino ou com o nome do marido.Neste centenário da República queremos uma estátua que celebre uma mulher concreta, com os seus defeitos e qualidades, com o seu rosto e nome próprio. Acham que não temos portuguesas famosas? Carolina Beatriz Ângelo conseguiu ser a primeira mulher portuguesa a votar em 1911 e uma das primeiras na Europa. Maria Helena Vieira da Silva e Paula Rego são as mais internacionais artistas plásticas portuguesas. Sofia de Melo Breyner Andersen foi uma grande escritora. D. Catarina de Bragança responsável pelo hábito “britânico” do chá das cinco, que apenas tem direito a um pequeno busto, enquanto D. José I, que nada legou à posteridade tem uma estátua equestre no Terreiro do Paço. Amália Rodrigues é a voz portuguesa mais ouvida no mundo. Já para não falar nas outras todas que ficaram pelos conventos ou na sombra de homens pequenos, como atesta o disparate abundantemente citado “por detrás de um grande homem está sempre uma grande mulher”.É tempo de fazermos justiça e colocarmos uma grande mulher, não uma representação anónima num busto da República com cara de mulher ideal portuguesa, no cimo de um grande pedestal, para que não restem dúvidas da sua importância na História de Portugal e da Humanidade. João Paiva

Thursday, June 10, 2010


A mentira!

Tuesday, July 28, 2009


Quem vive em Lisboa sabe o jeito que dá o túnel do Marquês e também sabe o que tivemos de pagar a mais por causa do inenarrável Zé Sá Fernandes. Pois essa "coisa" agora resolveu apoiar António Costa. Razão mais do que suficiente para votar contra o carreirismo da "coisa". Eu já decidi em quem voto. A maioria dos Lisboetas já sabem pelo menos em quem não votam. Desculpa Costa mas há convites que saem caro.

Thursday, May 28, 2009


Depois tantos homens incompetentes na liderança política, não estará na altura de elegermos uma mulher?
Séria, honesta e competente. Só por isso vale a pena ir votar.

Sunday, March 01, 2009


Eu vivo num país onde se come mal, mas onde, amiúde, se proclama o contrário. Dizemos com infinita sobranceria que lá fora se come mal a começar pela nossa vizinha Espanha. Apesar de todas as evidências do contrário, não há português nenhum que não clame alto e bom som a qualidade da nossa gastronomia. Quando são pedidas evidências as coisas começam a complicar-se. O único contributo inovador para a culinária mundial portuguesa no século XX é, pasme-se, a Francesinha, nada mais próximo do fast food do que de uma verdadeira tradição gourmet. A arte culinária de um país cujo prato tradicional da consoada, a festa mais importante do ano, quando todas as famílias se reúnem à mesa é o bacalhau cozido com batatas ou, na versão mais completa bacalhau com todos. Sendo este todos um eufemismo para referir a abundância dos acompanhamentos. A saber: batatas, couves, cenoura e um ovo cozido por comensal. Tudo cozido a preceito. Suficiente para levar ao desespero qualquer cozinheiro medíocre. Até a mais remota aventesma consegue dar conta do recado. Basta para isso que o fogo já tenha sido inventado. Depois desta demonstração de excelência gastronómica só apetece cortar os pulsos. Como se isto não bastasse, no verão, quando o calor convida à festa, os portugueses juntam-se e, para celebrar. Mostram os seus dotes culinários. Como? Assam sardinhas, cozem batatas e fazem salada de tomates e pimentos. Et voilà. A suprema demonstração da sua sofisticada cultura gastronómica. Só mais uma palavra para falarmos dos molhos. Não, não me refiro a coisas triviais que levam horas a preparar. Nada disso. O triunfo do minimalismo levado ao seu expoente máximo. Azeite e vinagre. Não é bom gosto é desgosto. O grau zero da cultura gastronómica só superado pela antropofagia pura e simples.

Tuesday, February 10, 2009

Os especialistas
Se a rede é a forma organizacional característica da Era da informação, os especialistas são as suas partículas nucleares.
Uma empresa moderna no centro da actividade económica. Na sociedade do conhecimento os especialistas são um elemento precioso, nada se faz sem a sua opinião.
Na sociedade do conhecimento a informação atingiu níveis nunca vistos. Estar informado é importante, mas o que fazer com tanta informação? Muitos dos factos em que pensamos são falsos e grande parte daquilo que acreditamos é um disparate. Nesta moderna Babel de notícias uma percentagem cada vez maior daquilo que sabemos corresponde cada vez menos à verdade. Mesmo que os media fossem fiáveis, que os publicitários dissessem a verdade, que os advogados fossem honestos, que os políticos se deixassem de promessas, que os adúlteros confessassem ser infiéis e que os vendedores falassem verdade continuaríamos perdidos. Quem é que nos pode ajudar? Os especialistas, obviamente.
Os especialistas são uma tecno-elite que pretende acabar com a infoexclusão fazendo brilhar nas trevas da ignorância a luz da compreensão.
Alguns dos grandes expoentes da galáxia do “especialismo” são Marcelo Rebelo de Sousa, Nuno Rogeiro, Clara Ferreira Alves, Maya, Nuno Artur Silva, António Pedro Vasconcelos, Luísa e José Castel-Branco, Miguel Sousa Tavares e António Vitorino.
Os especialistas estão hierarquicamente organizados em técnicos, experts, peritos, professores, sumidades, entendedores, comentadores, críticos, relatores, personalidades, notáveis, famosos, celebridades e paineleiros. Mas o que define verdadeiramente um especialista é a capacidade de arrotar postas de pescada sobre os mais variados temas. Marcelo, Rogeiro e APV, para citar apenas alguns, são capazes de discorrer com o mesmo à vontade sobre futebol, política internacional, marcas de espingardas, os efeitos do aquecimento global, religião e vida extraterrestre.
Mas como outras áreas do saber, também o especialismo se está segmentar, à semelhança do direito ou da medicina, um grupo de especialistas notáveis decidiu criar a primeira sociedade de especialistas dedicada ao comentário especializado onde é possível encontrar desde os especialistas de topo, sócios maioritários, passando pelos associados, consultores, seniores, juniores e estagiários. As áreas privilegiadas são as generalidades, artes e cultura, socioeconomia política, ambiente, desporto e saúde, religião e ocultismo, tecnologias e frivolidades.
www.especialistas.com

Monday, February 09, 2009


"Em vez de trazer felicidade aos seres humanos, o casamento desgraça mais de dois terços das pessoas" Madame de Maintenon, 1700.

Fidelidade é transformar o objecto amado num animal amestrado. Pode ser muito confortável, mas torna a paixão numa banalidade tremenda.
Tectos de Vidro.
É expressão utilizada para falar da discriminação indirecta que afasta as mulheres, ainda hoje, dos lugares de topo do poder e tomada decisão política e económica.
Temos de ultrapassar esta arquitectura da pobreza e do atraso, que não nos permite utilizar na plenitude os recursos humanos do país
Precisamos da força criativa das mulheres na esfera pública e dos homens na esfera privada. Só assim termos uma sociedade mais justa.

O contrário de igualdade é a desigualdade, não é a diferença.
Só haverá verdadeira igualdade quando for indiferente aquilo que nós somos!